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quarta-feira, 22 de junho de 2011

PARTE 3 SOLO

Matéria Orgânica (MO)

A matéria orgânica é proveniente da acumulação e decomposição de restos de origem vegetal ou animal: raízes, folhas, frutos, corpos de animais, estercos, etc. Os materiais adicionados passam por diversas transformações, tornando-se com o tempo, em um produto escuro, finamente dividido e relativamente estável, onde não se identifica o material que lhe deu origem, denominado de húmus. A MO acumula-se no solo até um nível de equilibrio entre as adições e as perdas por decomposição.
Entre os diversos benefícos da MO, podemos destacar:
-é condicionadora do solo: através de suas longas cadeias orgânicas, agrega partículas minerais e confere ao solo condições favoráveis de porosidade, melhorando a permeabilidade e a capacidade de retenção de água;
-é responsável, em grande parte, pela capacidade de retenção de nutrientes do solos, evitando  perdas por lixiviação (carregamento dos nutrientes por meio da água, ao longo do perfil do solo), fazendo com que os mesmos fiquem fora da zona de exploração das raízes das plantas;
-serve como fonte de energia para o desenvolvimento dos microrganismos do solo: alguns são muito importantes, como as bactérias que fixam o nitrogênio do ar, cedendo-os às plantas e os microrganismos que fazem a decomposição da matéria orgânica fresca, liberando os nutrientes N,P,K,Ca,S, etc., além de secretarem substâncias ativas como hormônios, antibióticos e enzimas, que aumentam a atividade biológica e auxiliam no controle de populações de organismos nocivos, como pragas e patógenos presentes no solo;
-é uma fonte de macro e micronutrientes, liberados lentamente para as plantas (o que é interessante no cultivo orgânico);
-imobiliza elementos tóxicos e em excesso (Al, Mn, etc.) e exerce poder tampão no solo (ajuda a manter o pH estável).
É muito importante manter o teor de matéria orgânica acima de um valor mínimo no solo (manter na faixa de 2 a 5%), o que não é fácil na condição tropical, uma vez que o calor e a umidade existentes nas regiões quentes promovem a aceleração dos processos de decomposição da MO.

Reação do solo (acidez e alcalinidade)

O grau de acidez de um solo é medido pela concentração de ions hidrogênio (H*) na solução do solo e é normalmente expresso pelo simbolo pH (p = potencial; H = Hidrogênio). A escala de pH vai de O a 14, sendo 7 o ponto médio, onde se diz que o pH é neutro. Acima de 7 se diz que o solo tem reação alcalina ou básica, e abaixo de 7 que o solo tem reação ácida. A maioria das hortaliças se desenvolve bem em valores de pH variando de 5,5 a 6,8.
Os solos podem ser naturalmente ácidos em razão da pobreza do material de origem em Ca, Mg, Na (bases), ou através de processos de formação ou de manejo de solos que levam à perda destas bases e, portanto, à acidificação. Adubações nitrogenadas com adubos químicos solúveis provocam a acidificação dos solos.
Na maioria dos casos, não é a acidez em si que prejudica o crescimento dos vegetais e sim os fenômenos colaterais que ela ocasiona: aparecimento de elementos (fósforo e boro), remoção de outros por substituição nas partículas do solo (cálcio, magnésio, e potássio que são substituídos por hidrogênio e alumínio).
O processo de acidificação é comum em regiões de clima úmido: lavagem progresiva pela água das chuvas, de quantidades apreciáveis de bases (Ca, Mg, Na e K), que são substituídas inicialmente por hidrogênio e depois por alumínio. A incorporação de materiais orgânicos nos solos, principalmente nos mais arenosos, ajuda a diminuir a perda destes nutrientes, pela grande capacidade de retenção e troca de nutrientes que a matéria orgânica possui, ajudando desta forma a manter o pH mais estável e os nutrientes disponíveis para as plantas. A maior parte dos solos brasileiros são ácidos e, portanto, deverão ser corrigidos para permitir o bom desenvolvimento das plantas. Em regiões áridas e semi-áridas (como o sertão nordestino), podem ocorrer solos neutros e alcalinos em razão do acúmulo de sais no solo, dada a escassez de chuva.
Para se conhecer o grau de acidez do solo ou o valor do seu pH deve-se recorrer à análise do solo, devidamente amostrado. Porém, algumas palntas como samambaias e sapé são indicadoras de acidez do solo.

AMOSTRAGEM DO SOLO PARA ANÁLISE

Para conhecer a fertilidade de um solo recorrer-se à análise química, em laboratórios especializados. Para que se obtenham resultados confiáveis, de nada adianta uma análise se a amostra enviada ao laboratório não for representativa da área que se quer conhecer e cultivar. A amostra a ser enviada é uma quantidade de terra, em geral de 300 a 500 g, retirada de uma mistura de diversas amostras de um mesmo tipo de solo (é uma amostra média). A amostragem do solo deve ser feita seguindo os passos abaixo:
-dividir a propriedade em áreas homogêneas (mesmo tipo de solo, vegetação e manejo): para cada área retira-se uma amostra conforme passos seguintes;
-na área a ser amostrada, caminhe em zigue-zague distribuindo os pontos de coleta em toda área (em torno de 20 pontos);
-em cada ponto, limpe a superfície do solo (retire o mato, pedras, etc.) e abra uma cova até a pronfundidade de 20 cm; com auxílio de um enxadão ou pá reta (vanga), retire uma fatia de terra, cortando de cima até o fundo da cova, e coloque em um balde;
-ao final de todos os pontos, misture bem toda a terra do balde e retire cerca de meio quilo; se amostra estiver úmida, deixe secar à sombra;
-embale a amostra em saco plástico ou caixa de papelão e cole uma etiqueta identificando seu nome, município, nome da propriedade, número da amostra, planta cultivada, endereço e telefone para contato; envie ao labaratório (pode ser por meio de correio ou entregue pessoalmente).
-a um medidor de pH, chamado Peagâmetro, onde se pode verificar o nível do solo, com uma tabela identificadora.

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